Minha vida dos 7 até hoje com 19 anos

Amor ou ódio ?
Confesso que vivo com problemas emocionais desde a tenra infância.
Hoje não consigo definir meus sentimentos. Tem dias vivo sonhando com meu grande amor, e outros dias sinto grande ódio por tudo que aconteceu comigo.
Já escrevi este relato em outros sites, e meu único objetivo é quem sabe a pessoa certa ler o que vou narrar agora.
Primeiro vou me apresentar: Sou a Carolyne e tenho 19 anos.
Minha trajetória começa quanto eu entrei na escola, ainda com 7 anos.
Vivia em uma casa muito humilde, quase um barraco. Tínhamos uma vida muito pobre e uma família desestruturada. Não conheci meu pai, e acho que nem minha sabia quem era. Tenho 6 irmãos.
Minha mãe tinha problemas com bebidas. Vivia embriagada e sempre trazia homens para dormir com ela. Era comum ficarmos olhando ela transar com os bêbados que trazia para casa.
Certa vez eu estava brincando em uma pracinha que tinha na esquina da minha casa. Uma amiga um pouco mais velha que eu chegou e me deu um saquinho de balas e doces. Nossa fiquei muito contente. Era raro ter doces para comer. Fiquei brincando com minha amiga e ela me disse que um amigo dela tinha me visto na porta da escola e mandou ela me dar os doces. Esta minha amiga disse que ele queria me conhecer e que se eu fosse com ela, iria ganhar muitas coisas.
Claro que fiquei empolgada, eu nunca ganhava nada de ninguém.
No dia seguinte fui com meus irmãos cedinho para a escola, como fazíamos sempre. Ao chegar minha amiga veio correndo falar comigo. Ela me chamou para ir até a esquina onde tinha um homem nos esperando. Fui toda contente pensando no que eu iria ganhar.
Eu e minha amiga entramos no carro dele.
Ele me pareceu ser um bom homem.
Vou pular detalhes que não lembro, mas o fato é que não entrei na escola e fomos para a casa deste homem. O nome dele é CARLOS.
Ao chegar na casa, assim que entramos minha amiga que era uns 2 anos mais velha que eu, foi logo tirando a roupa. Dei até risadas em ver ela peladinha na frente daquele homem.
Logo eles estavam se beijando. Confesso que não estranhei pois sempre via minha mãe fazendo sexo com os homens, que já sabia muita coisa.
Me recordo que fomos para o quarto e vi eles transando igual minha mãe fazia.
Até que o Carlos me pediu para tirar minhas roupas. Fiquei com um pouco de vergonha, mas de certa forma sempre me viam peladinha. No banheiro de casa não tinha porta, apenas uma cortinha feita com um antigo lençol, mas eu por ser muito pequena não conseguia fechar. Fazia tudo de porta aberta, na frente de quem estivesse em casa, inclusive os homens que ficavam com minha mãe.
O Carlos me ajudou e tirei a roupa. Ele me deitou na cama e começou a beijar e lamber meu corpinho. Sentia cócegas e não conseguia parar de rir. Aquilo para mim era uma brincadeira gostosa, e de certa forma eu sentia prazer.
Ele me chupou e beijou muito. Até banho tomamos.
Saí dali com vários doces e biscoitos recheados. Adorei o Carlos.
Sempre que ia para a escola eu ficava de olho para ver se via o carro dele próximo. Eu dava um jeito de enganar meus irmãos. Eles entravam na escola mas eu não.
Por ter apenas 7 para 8 anos, eu não lembro de datas ou meses. Fato é que depois de alguns dias ido para a casa do Carlos, eu já ficava ansiosa para vê-lo.
Ele nos tratava muito bem. Tanto eu quanto minha amiga.
Até que um dia a minha amiga foi embora. Ela voltou para o nordeste com a família e eu fiquei sozinha.
Um dia o Carlos me pegou na escola. Era a primeira vez que eu ficava sozinha com ele. Ao chegar na casa dele, eu ganhei um copo de suco e tomei. O Carlos me mandou tirar a roupa e me levou para a cama. Logo apaguei. Não lembro de nada. Só sei que acordei muito tempo depois com o Carlos me secando. Não sei como mas ele até me deu banho enquanto eu estava apagada. Com muita sonolência sentei no vaso para fazer xixi. Ele me segurava. Senti muita ardência na minha bocetinha. Mal consegui fazer xixi. Ao levantar vi que tinha sangue.
Eu mal sabia mas já tinha perdido a virgindade.
O Carlos me deu remédio e voltei a dormir.
Acordei melhor. Ele estava do meu lado e me ajudou a me vestir.
Ganhei roupas, tênis e até dinheiro.
O Carlos me levou até a pracinha perto de casa. Ao chegar minha mãe estava brava pois eu tinha sumido. Mostrei os presentes e disse que um amigo me deu e que eu estava na casa dele. Ela pegou o dinheiro, mas e não perguntou mais nada. Eu só queria dormir.
Uns 3 dias depois o Carlos estava na escola e fui novamente para sua casa.
Ele me contou que me deu um remédio para poder transar comigo e eu não sentir dor. De fato deu certo eu perdi a virgindade e não sei como.
Passamos a transar igual ele fazia com minha amiga. E eu comecei a gostar.
Com 8 anos eu já sentia prazer eu ter um cacetão dentro da minha bocetinha.
Adorava sentir o gozo e ver o Carlos gemer comigo.
Aquilo era bom.
Não me sentia estuprada ou abusada. Não tinha esta noção de coisa ruim. Para mim era algo bom, gostoso mesmo.
Eu sempre ganhava coisas. Desde roupas, chinelos, doces, comida e dinheiro. Leva tudo para minha mãe. O estranho neste caso é que ela nunca perguntou de onde vinham tantos presentes. De certa forma acho que ela sabia, e se beneficiava daquilo. Minha mãe até me falava para pedir as coisas. Lembro que se queimava o chuveiro de casa, minha mãe logo mandava eu pedir para “meu amigo” um chuveiro novo. E lá ia eu para a cama e no final pedia um chuveiro.
Era assim com tudo. Chuveiro, gás, arroz, feijão, cesta básica até pinga eu pedi para o Carlos. E ele generosamente me dava. Eu não tinha noção que estava sendo usada por ele e por minha mãe. Apenas vivia assim. Gostava de ir para a casa do Carlos, ele era tudo para mim. Me sentia mulher. Sentia-me importante para ele. E adorava.
Fizemos tudo em matéria de sexo. Ele me pedia e eu chupava até ele gozar na minha boca. Eu engolia tudo. Ainda sinto o gosto toda vez que me deito na minha cama e fecho os olhos.
Na época por ser muito criança eu não me importava com nada. Lembro que ele tirava muitas fotos minhas. Desde de fotos normais (com roupa), até fotos transando ou chupando, no banho e todos os cantos da casa.
O Carlos era fotografo. Sempre via ele montando álbuns de fotos, principalmente de festas infantis.
O tempo foi passando até eu fazer 10 anos. Neste dia ganhei pela primeira e única vez na vida um bolo de aniversário. O Carlos me fez uma surpresa. Eu fui para a escola e ele não estava lá.
Ao chegar em casa quase desmaiei. Ele estava em casa. Tinham enfeitado minha casa com balões. Tinha bolo, brigadeiro e refrigerantes. Corri abraçar o Carlos enquanto minha mãe, meus irmãos e algumas crianças da vizinhança cantavam parabéns. Até chorei. Dei para ele o primeiro pedaço do bolo. Neste dia ganhei uma bicicleta (um sonho para uma criança pobre como eu era).
Ele até pediu e minha mãe deixou eu ir dormir na casa dele.
Foi o melhor aniversário da minha vida. Nunca mais tive um dia tão feliz… sequer bolo eu voltei a ganhar.
Me lembro de cada detalhe do nosso amor. O Carlos era tudo para mim.
Um dia voltando da casa do Carlos, encontrei meus irmãos chorando. Logo me contaram a tragédia. Minha mãe estava morta. Ela passou mal, foi socorrida mas morreu no hospital.
Chorei muito e não sabia o que fazer.
Alguns dias após o enterro dela, minha avó veio de Alagoas para SP.
Ela mandou alguns irmãos para a casa de parentes e padrinhos. Eu e uma irmã mais nova seriamos levada para viver com minha avó em Alagoas.
Eu não queria ir. Afinal eu tinha um namorado. Sim com 10 anos eu assumi para todos que tinha um homem e queria morar com ele.
Apanhei do meu tio e fui obrigada a embarcar num ônibus rumo á Alagoas.
Foi meu fim. Chorei por 3 dias e 3 noites. Vomitei o tempo todo.
Ao chegar no sítio de minha avó vi que ali eu não viveria muito tempo. Era um local ruim. Sem água. Eu tinha que sair para pegar lenha no mato. Eu tinha que ir no açude pegar água. Sempre sozinha. Com medo. Mas o que me matava era a saudades do Carlos.
Não teve um dia sequer que eu chorando não pedia para minha avó me mandar de volta para SP.
Com 15 anos eu tentei me matar. Cortei meus pulsos. Fui socorrida. Mas eu queria morrer.
Tomei todos os remédios de minha avó. Mas não morri.
Até que quanto eu estava com 18 anos minha avó foi hospitalizada e faleceu.
Meus tios sempre safados viviam tentando abusar de mim. Mas eu queria apenas o Carlos.
Na escola nunca tive namorados. Meu único homem era o Carlos.
Sonhava, chorava, entrava em pânico. Passei a entender que ele é um pedófilo e odiava ele. Ao mesmo tempo queria fazer tudo novamente.
Meu sonho era acordar ainda com 7 anos e ir para a casa dele.
Com a morte da minha avó, meus tios safados não perderam tempo. Venderam o sítio e me deram algum dinheiro. Pouca coisa, mas era o que eu queria. Com 19 anos, juntei as poucas roupas que eu tinha e voltei de ônibus para SP. Durante 3 dias e 3 noites eu sonhei. Contente, alegre e ansiosa. Queria abraçar, beijar, fazer amor e depois bater no Carlos.
Sou um mix de sentimentos ambulantes. Tem momentos que sinto o maior amor do mundo pelo Carlos. E tem momentos que odeio por ele ter abusado da minha amiga (a que me apresentou para ele), por ele não ter ido me buscar em Alagoas etc.
Um Sentimento confuso e dúbio.
Chegando em SP eu fui para meu bairro e de lá corri para a casa do Carlos.
Pouca coisa mudou no bairro.
Mas aí veio uma grande frustação: O Carlos se mudou. Vendeu a casa e a mulher que comprou não sabe onde ele mora.
Passei a procurar em todos os lugares. Passei muitas horas na porta da escola, na esperança de vê-lo, mesmo que com uma criança. Mas nada.
Até em Buffets infantil eu fui na expectativa de encontrar o fotógrafo Carlos. Alguns até conheciam ele, mas não tinha mais o contato.
Carlos, se você ler este relato saiba que não quero lhe fazer ou trazer nenhum mal. Quero apenas conversar com você e dizer o quanto te amo. Eu lhe perdôo por tudo. Mesmo se você só gostar de crianças, me dê uma chance de fazer você mudar. Eu sou sua para o que der e vier.
Desculpem usar este espaço para este relato tão grande, mas é importante.

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