jul 19 2016
Diarios de um Hetero – Apenas um garoto
Acho que não sou bom escrevendo historias longas. Apesar do conto ter sido um sucesso e vocês terem elogiado bastante, acho que minha disciplina pede algo mais curto, imediato. Então resolvi escrever situações, como um diário. Assim não me prendo a datas, nem a uma ordem cronológica exata e tenho mais liberdade pra escrever.Diários de um hétero porque é uma imagem sustentada que muitas vezes não revela a sua verdadeira essência.
Pra quem chegou agora, meu nome é Gabriel, tenho 1,89 e sei lá quantos quilos, porque não me peso há tempos. Instrutor de ed. Física, algumas tatuagens e sou um cara mega tímido, reservado e super na minha. Não sou gay, não sou hétero e não me defino por rótulos.
Cheguei do trabalho super cansado, precisando urgentemente de uma ducha pra relaxar. Joguei as chaves do carro na mesa e fui largando as peças de roupa pelo chão. Ao chegar no quarto me deparei com o Allan deitado na minha cama. Levei um susto momentâneo, que logo passou. Ele tinha mania de fazer isso.
O Allan é o típico moleque travesso. Um adolescente no auge da puberdade, dono de um par de olhos azuis que contrastam com os cabelos castanhos escuros. Os dentes muito brancos e alinhados, fazem ele ter um sorriso sapeca. Lembra muito aquele ator Bruno Gagliasso, mas mais novo. (É só para vocês terem um parâmetro)
– Como você entrou aqui?
Perguntei enquanto voltava a colocar a cueca que eu já tinha começado a tirar.
– Encontrei teu amigo de saída e ele me deixou entrar. Não gostou da surpresa?
Sorri desfazendo a cara fechada.
– Claro que gostei. Você não tinha que estar estudando?
Perguntei pra ele enquanto caçava uma bermuda no armário para levar ao banheiro e não sair nu como de costume.
– Não teve a última aula da tarde. Saí da escola e vim direto pra cá. Queria te surpreender. Rs
Ele disse abrindo um largo sorriso.
Toda vez que ele falava “escola” me causava arrepios. Me sentia um pedófilo mesmo sabendo que nunca fui. Ele não era mais criança embora o rosto angelical e maroto pudesse dizer o contrário.
– Deita aqui? Você parece cansado.
Ele pediu abrindo um sorriso.
– Eu vou tomar um banho antes.
Eu disse já saindo do quarto, mas ele segurou minha mão.
– Deixa eu ir com você então…
– Não, Allan. Eu vou só tomar uma ducha rápida, já volto.
Ele se sentou, ficando com a cabeça na altura da minha cintura.
– Eu sei te relaxar direitinho.
Ele disse com um sorriso maroto.
– Cara, quando você ficou tão safadinho?
Eu perguntei sorrindo
– Culpa sua, rs.
Ele disse sorrindo, enquanto abaixava a minha cueca percebendo que eu não ia protestar. Era difícil resistir a aqueles olhos azuis e eu não sou de negar fogo.
Ele cheirou, afundando o rosto nos meus pentelhos. Esfregou o nariz, aspirando o ar com força e depois olhou pra mim. Alisei seus cabelos e então ele continuou. Passou a língua da base até a cabeça para depois voltar circulando meu pau todo, dando pequenas mordidinhas que me deixavam louco. Mordeu a pelinha e puxou de leve, me fazendo arfar.
Circulou a língua pela cabeça, segurando a base de forma firme, arrancando de mim gemidos abafados. Sugou com força a parte de cima, para depois ir engolindo meu pau devagar, apertando bem o restante. Começou a chupar com fome, apertando as minhas coxas, me fazendo delirar.
Segurei seus cabelos com força e fodi sua boca, jogando a cabeça pra trás, fazendo com que ele se engasgasse. Ele continuou sugando, esfregando a língua na cabeça para depois voltar a chupar, enquanto meus gemidos ficavam mais urgentes. Anunciei o gozo e inundei a sua boca de leite que foi prontamente engolido.
Ele me olhou passando a língua nos lábios e sorrindo em seguida. Sorri também e o puxei, beijando sua boca, sentindo meu gosto nela. Suguei sua língua com fome, apertando sua bunda, quase o suspendendo do chão. Ele sempre foi bem mais baixo que eu e levantá-lo era fácil.
Ele mordeu minha orelha e falou baixinho no meu ouvido:
– Vem…
Me puxando para a cama, mas eu o afastei.
– Não, Allan.-
– Por que não?
Ele perguntou sério.
– Eu não quero te machucar.
– Você não vai me machucar. Eu quero, poxa!
– Ainda é cedo pra isso, Allan.
– Cedo por que? Cara, eu quero e você também. Para de me tratar como criança. Eu não sou mais criança!
– Pra mim você é. Uma criança birrenta, diga-se de passagem.
Eu disse pegando minha bermuda e indo pro banheiro.
Entrei no chuveiro e a agua quente nos meus ombros foi um alivio. Já estava bem relaxado depois daquela chupada, mas aquele papo me deixava um pouco tenso. Claro que eu queria jogar ele na cama e fazer amor com ele, mas isso implicaria outras coisas. Não queria apressar nada, nem meter os pés pelas mãos.
Sai do banho, me sequei e me vesti. Encontrei ele no quarto deitado com as mãos atrás da cabeça, ligeiramente emburrado.
– To com fome, vamos comer alguma coisa?
Eu perguntei sacudindo os cabelos molhados.
– To sem fome.
– Para com isso, Allan. Vamos na cozinha comigo. Eu te faço um sanduiche.
– Não quero. E não sei que fome é essa que você ta sentindo.
– Como assim?
Perguntei sem entender o que ele queria dizer.
– Ta com fome, mas não quer me comer.
Ele disse irritado, me fazendo arregalar os olhos.
– Que isso, Allan? Eu hein. To com fome de comida, ué.
Ele levantou.
– Biel, eu nem sei o que a gente tem. O que a gente é? Ficantes? Amigos coloridos? O que é?
Cocei a cabeça sabendo que aquela conversa estava indo pra um rumo não muito agradável.
– Allan, eu sempre fui sincero com você. Eu gosto de você, gosto muito. Muito mais do que eu poderia gostar, porque essas coisas não se controlam, mas namorar é mais complicado. Pra que rotular? Não ta bom assim? Estamos deixando as coisas acontecerem.
– Estamos?
Ele perguntou cruzando os braços.
– Não me pressiona. Você sabe que eu odeio ser pressionado.
Eu disse indo até a cozinha.
Abri a geladeira, peguei os ingredientes e pus em cima do balcão.
– Eu acho que eu vou ter que transar com alguém porque se depender de você eu vou ser virgem pra sempre.
Ele disse próximo do balcão.
Parei o que eu estava fazendo. Apenas o olhei e o fuzilei com o olhar. Ele abaixou o olhar e falou:
– É melhor eu ir embora. Já deu por hoje.
Não respondi. Fechei a cara e continuei a fazer o que estava fazendo.
Ele pegou a mochila e saiu.
– Que merda!
Esbravejei, batendo com o pão de forma no balcão.
Ele sabia que mesmo sem compromisso algum, eu sou extremamente ciumento. Nunca admitiria outro tocando nele e se eu ainda não o tinha levado pra cama, foi pra preservar a ele. Foi pro consideração a ele.
Tinha perdido a fome. O Allan tinha esse dom sobrenatural de me tirar do sério e ele falou aquilo justamente por isso. Voltei pro quarto e deitei na cama. Ouvi um pouco de música e acabei adormecendo.
No dia seguinte, fui dar aula de funcional ao ar livre num parque grande da cidade. Minhas três alunas já estavam fazendo o circuito de exercícios quando eu avistei o Allan com um garoto que parecia ser um colega da escola. Ambos estavam de mochilas nas costas, uniforme, levando uns livros na mão. Ele passou por mim, com o boné virado pra trás, me deu uma olhada e continuou andando.
Fiquei acompanhando os seus passos e vi quando eles pararam um pouco mais a frente e sentaram na grama. Engataram um papo animado, rindo enquanto meus olhos atentos observavam tudo.
Uma das minhas alunas me chamou e eu tive que dar atenção, afinal estava trabalhando. Porém a verdade é que hora ou outra, meus olhos iam para aquela direção. Na minha opinião eles estavam próximos demais, rindo demais e de tititi demais. Obvio que eu não estava raciocinando, estava alucinado de ciúmes.
As vezes via que ele também olhava em minha há direção e a vontade que eu tinha era lançar aquele bambolê em cima deles e sair dali, mas tinha que terminar o treino. Ainda bem não faltava muito e em pouco tempo já estava recolhendo o material e colocando no carro. Fui até o quiosque tomar um suco para refrescar o calor e quando estava pagando ele parou do meu lado.
– Oi moço.
Só olhei pra cara dele e logo voltei a minha atenção para carteira enquanto guardava o troco.
– Pelo jeito ainda está com raiva de mim.
Ele disse com aqueles imensos olhos azuis me encarando.
Fui caminhando pro carro e senti ele logo atrás de mim. Abri o carro e obviamente ele entrou e se acomodou no banco do carona.
– Allan, sai. Eu tenho que ir pra casa tomar um banho, eu dou aula mais tarde.
– Vamos conversar. Eu não quero que você fique bravo comigo.
– Depois, ta? Não to afim agora.
– Por favor, Biel…
Eu desliguei o carro e olhei pra cara dele.
– Cade seu amigo?
Eu perguntei com a cara fechada.
– Ta lá me esperando. Falei que ia no banheiro.
– Então vai lá, ué.
Eu disse com pouca paciência. Ele sorriu e falou:
– Ta com ciúmes?
– Ah, vai te catar garoto! Vaza do meu carro, anda. Tenho que trabalhar ainda hoje.
Ele sorriu ainda mais marotamente. Disse:
– Você ta se roendo de ciúmes. E fica tão lindo com essa cara de bravo. Já te disse que você é lindo?
– Sai… eu já pedi.
Eu disse olhando para frente.
– Vai, para com isso. Não precisa ter ciúmes, é só um colega de escola. A gente veio fazer um trabalho de biologia.
– Ah ta, Allan e você acha que eu sou otário? Você sabe que eu dou aula aqui toda quinta feira e desfilou com outro garoto na minha frente porque você sabe que eu odeio.
– É só um colega….
– Que mané colega? Você cansa de dizer que nem anda com os garotos da escola. Fez de propósito.
Eu disse irritado.
– E pelo jeito funcionou. Eu só queria que você prestasse atenção em mim, tivesse o mesmo medo de me perder como eu tenho de te perder….
– Allan, não é fazendo isso que você vai conseguir nada. Você sabe que eu namorei um tempão uma pessoa que só me fez sofrer, me meti em muita enrascada e agora eu quero ficar tranquilo. A gente ta junto, eu só não quero sair atropelando as coisas porque eu já fiz isso uma vez e me fudi.
– Eu sei.
Ele respondeu resignado. Continuei:
– Eu não quero mais que você fale aquilo que você falou ontem. Que vai transar com qualquer um. Coloca as coisas como se fosse só sexo, só tesão. Isso é coisa que se fale pra mim? É assim que você quer que eu te veja? Como lanchinho?
– Não, mas poxa, eu sei que você sente falta disso. Eu sei que você é mais velho e é acostumado a fazer sempre. Pra você é fácil conseguir. Eu quero poder te dar tudo que você precisa. E… claro, eu também tenho vontade. Eu sinto um tesão absurdo em você. Acho você o cara mais gostoso, mais másculo que existe.
Ele disse fazendo com que eu ficasse levemente vermelho.
– Vai rolar, Allan. É meio que inevitável, né? É obvio que eu também quero. Só que da última vez que eu me deixei levar pelo momento, pelo tesão, eu fui pra cama com a pessoa e no dia seguinte minha vida estava do avesso.
– Eu entendo, Biel. Eu até acho bonitinho o seu cuidado. Eu te respeito, você sabe. Eu vou sossegar, eu juro.
Olhei pra cara dele e ri.
– Ah, tá. Você sossegar? Mais fácil o deserto virar mar.
Falei rindo. Ele riu também.
– Eu tenho que ir porque meu colega ta lá esperando que nem um palhaço. A gente pode se ver amanhã?
Ele perguntou.
– Chega lá em casa umas 20h. Já vou ter chegado.
Eu falei pra ele.
– Ta bom.
Abriu um sorriso me olhando nos olhos e saiu do carro.
Voltei pra casa. Ainda me sentia um pouco desconfortável sabendo que ele estava no parque com aquele garoto, mas era uma besteira tão grande que toda a vez que eu sentia isso me recriminava. Ciúmes é algo tão irracional.
Mas meus caros leitores, se a vida fosse certinha, exata e quadrada como a gente gostaria pra não ter que passar por certas coisas, não teria a menor graça.
Né?
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Sempre atencioso com seus leitores, Biel Sabatini faz questão de responder individualmente cada leitor que comenta no seu blog, postando além do conto, um conteúdo diversificado que reúne entretenimento, artigos, curiosidades e ainda abre espaço para que outros autores também mostrem o seu trabalho.
Quem ainda não visitou o blog, vale muito a pena a leitura e ainda de quebra, se apaixonar pela cativante história “Diários de um Hétero”, postada semanalmente para deleite dos leitores aficionados pelo conto mais querido da rede.
Quer saber o resto da história? Acesse: bielsabatini.wordpress.com/category/conto-diarios-de-um-hetero/
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Blé
19 de dezembro de 2017 02:25
Gostei muito