Amantes na rua

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O casal se abraçava, encostado na árvore, num rala-rala daqueles, sob a luz da lua.
Ela, pequena, branquinha, sumida nos braços morenos e potentes que a seguravam como se quisessem possuí-la ali mesmo, em plena rua.
Ele, escuro, quase negro, a morder-lhe os lóbulos das orelhas rosadas, enquanto dizia coisas lindas e indecentes.
Como era tarde da noite se roçavam sem grandes preocupações de serem vistos. Afinal, o que importava? Eram livres, sadios, cheios de desejos e sonhos. E não estavam perturbando ninguém.
Então não demoro muito para por baixo da minuscula saia ,aquele monumento afro puxou a calcinha deixando ela despida .
Logo em seguida abrindo o zíper deixo aquele mastro que na noite se confundia com a sombra ,mais com a pele branquinha como leite o tamanho descomunal daquele membro se fazia notar ao longe .
Era um vai um vai e vem ,o mastro sumia na caverna daquela menina porque estava sozinho em uma noite enluarada propiciando o amor .
Mais Se enganavam, porém.
Do outro lado da rua, escondida atrás das cortinas, Nonata observava, cheia de ódio
— não tinha ninguém que a quisesse com aquela paixão.
Puxou as calças largas mais para cima, tentando conter a barriga flácida, enquanto ajustava o binóculo — queria observar bem de perto a cena que a consumia de tesão e inveja.
Sem se conter abandonou o posto quando percebeu
Dirigiu-se, então, a seu quarto, arrastando os chinelos velhos e encardidos.
Voltou pouco depois, revólver na mão: o barulho seco perturbou o silêncio da noite, e um grito de mulher se fez ouvir quando o tiro a atingiu nas costas
— um filete de sangue brilhou ao luar quando os amantes caíram, abraçados, tremendo na agonia do gozo e da morte.
No dia seguinte Nonata leu nos jornais que um crime havia sido cometido em frente à sua casa
— assalto, com certeza.
“Esta cidade está cada dia mais violenta. Quem mandou os otários ficarem na rua?”, zombou, rindo como uma louca, enquanto se posicionava atrás das cortinas mais uma vez…